sábado, 30 de janeiro de 2010

Dinastia

Era a melhor época do ano para o jovem Rei Amenior Alencaster, quando as mais belas camponesas eram escolhidas - as vezes por espontânea vontade; noutras por obrigação - para irem até os aposentos reais para se entregarem aos mais diferentes desejos do rei, cada uma na sua vez ou por grupos, à vontade da vossa majestade até que ele se casasse com alguém da nobreza. Era a tradição do reino deixado a várias gerações pela Dinastia Alencaster. Nem todos concordavam, mas todos pensavam que tinha de ser cumprida uma vez à cada primavera...

Anne, uma das mais pobres camponesas que apesar de marcada com calos nas mãos e pés, com figurinos rasgados e sujos, não deixava de chamar atenção por ser talvez a mais bela camponesa da redondeza; com seus cabelos naturalmente ruivos e volumosos de pele bronzeada e macia e de uma inocência virginal onde apesar de seu corpo mulheril, tinha apenas seus 15 anos e uma vaga esperança de se casar com um nobre e tirar toda a família da miséria a qual passavam.
Mas não foi o que o destino reservou para ela, ela foi pega na floresta pelos guardas do rei tendo a certeza de que ela seria uma escolha à grado do vosso senhor.
Quase como prisioneira, ela chegou à corte e Amenior ordenou suas vassalas a vesti-la como uma Condessa - impressionante como por detrás das duras marcas do sofrimento, escondia-se tal beleza e vigor - e não contendo o desejo de possuí-la, contra a sua vontade, ele a obteve, obrigando-a a fazer os mais variados tipos de erotismos.
Ele jamais a esqueceria, naquela noite não quis mais nenhuma outra escolhida para tal evento, mas ela ele também não poderia ter por muito tempo, já que ela era apenas uma pobre camponesa e a corte jamais aceitaria tal como rainha. Ele a deixou ir.


Quatro meses de passaram, o reino estava em crise, o poder de Amenior estava defasado. Seu tio Dolf Alencaster, duque de terras próximas armara o golpe que iria distituir Amenior do trono que lhe era seu por direito. Tal golpe fora concluído duas semanas depois quando Amenior fora caçado como um escravo a ser enforcado. Por sorte, escapara com vida pela floresta ao norte. Ficara quase um mes comendo apenas frutas e bebendo da água do rio. Nunca antes havia experimentado tal miséria e falta de conforto e seu corpo sentira isso e não aguentaria por mais tempo. A ponto de cair de fraqueza, uma camponesa o segura... Ele não conteve a surpresa e ao mesmo tempo o medo de que ela o reconhecesse e quisesse vingança.
Anne o levantou com certa dificuldade, mas conseguira escora-lo nela e andarem - talvez os sacos de arroz que tinha de carregar uma vez a mes a tenha deixado mais forte que uma mulher da corte - até sua casa. Lá ela lhe deu o que comer e beber... mas não o reconheceu diante da barba grande e os trajes em que se encontrara e também porque tinha sido espalhado pelo reino a notícia de que o rei falecera e o tio como mais próximo do trono, tomaria lugar - ela dera graças a deus por isso, tamanho ódio que tinha pelo Amenior.
"Jassiê" era o nome que ele informou à Anne como sendo o seu nome. Ela deixou que ele morasse com ela e a mãe, já que o pai falecera não havia muito tempo e precisavam de ajuda na colheita. Ela via beleza nos olhos de Amenior, e achava que ele ficaria muito apresentável se usasse roupas nobres e fizesse a barba - você ficaria como um "rei" - era o que ela dizia a ele. Mas ele sempre dava uma desculpa para não fazer tal coisa.

Alguns meses se passaram e Anne estava perdidamente apaixonada por Amenior, ela porém, queria contar a verdade, lhe expôs seus sentimentos e confessara que já não detinha a mesma pureza doutrora.. porque havia sido violentada sexualmente pela pior pessoa do mundo. Amenior por sua vez sentiu aquelas palavras lhe perfurarem a alma, mas também estava amando Anne e não queria perde-la - "sou um novo homem" - era o que pensava.
Mas quando os dois finalmente conseguiram um tempo juntos. O modo de beijar, tocar e até mesmo a respiração de Amenior era familiar pra Anne que na mesma hora dera um grito de horror - ela o reconhecera - e tentou correr, mas Amenior foi mais rápido e agarrou-a nos braços, jurou-lhe amor e pediu-lhe perdão com as mais sinceras lágrimas escorrendo por todo seu rosto. Anne também não conseguia negar de que amava aquele homem, não o homem que estuprou-a sem piedade e a tratara como um animal... mas sim aquele outro homem que ela achara na floresta, indefeso, prestativo, gentil e protetor. Ela o queria não importava mais o que ele tivesse sido ou feito no passado.

Anne fora levar comida para o seu amor que se encontrava na floresta pegando frutas, pois era Primavera... mas no caminho, os guardas viram-na novamente e a pegaram...

Amenior sabia o que aconteceria à Anne... mas o que fazer? Se tentasse salva-la, seria pego e morto; se não fosse, sua amada seria possuída por outro homem. Ele não teve escolha a não ser tentar se passar por servo e se infiltrar no lugar aonde ficavam as camponesas. Teve de ser muito rápido pois a vez dela chegaria em breve. Com muito custo conseguiram fugir, mas já saindo nos portões e começando a adentrar na floresta, duas flechas das trorres atingiram Amenior que caira sangrando. Anne gritava, tentava puxa-lo e fugir, mas não havia tempo para tudo isso.
Amenior lhe disse:
- corra, se salve!!!
- mas e vc? - ela estava histérica.
- apenas se salve meu amor.
- mas o que será de nosso filho?
Ele sorriu com a surpresa da notícia e respondeu aos sussurros:
- com você ao lado dele, no futuro ele será um rei, um Alencaster, mas acima de tudo... ele será um camponês, como eu fui.

Só restou tempo da Anne fechar os olhos de Amenior e correr até à floresta...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Queremos... Experimentar!




Uma vez eu e meus amigos resolvemos fumar... sim, porque nao experimentar o tabagismo e ver o que de tão bom existia nele para que várias pessoas ao nosso redor nao largassem seus cigarros por nada?

Então compramos um maço de sabor cereja... não íamos simplesmente pegar esses normais com um cheiro totalmente horrivel, se fosse para experimentar, que fosse algo que soasse elegante...
Fumamos cada um, apenas um. Viemos para minha casa e sem eu saber o maço encontrava-se no meu fichário... minha irmã quase viu... o que eu diria? - Trabalho escolar... Não, não ia colar.
Resolvemos então, fumar no meu quarto... o cheiro não era de cigarro normal... meus pais jamais saberiam o que vinha a ser aquele cheiro... mas no ato, minha irmã mais velha começou a subir as escadas, ela sim, descobriria o que era com seu nariz aguçado, sua curiosidade além do limite e sua vontade inabalável de tentar me tirar o pódio de filho perfeito.
Mas fomos mais rápidos... apagamos o cigarro e perfumamos o quarto com loções. Mas o nariz dela era fora do comum e de algum modo percebeu que havia um cheiro diferente, nao conseguiu distinguir, mas sabia que estávamos aprontando.

Bem, até hoje ela nunca descobriu de fato o que escondíamos com tanto gozo... e os anos passaram comigo mantendo o pódio de filho perfeito, não sabemos até hoje o motivo das pessoas de ainda continuarem com seus inseparáveis cigarros que nem de cereja são... E
eu ainda continuo com um cigarro de cereja em meu quarto, mas não... eu nunca mais fumei.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Nada melhor que começar um post de Blog com um poema de um mestre...

"Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso."

Fernando Pessoa


...



~ As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.