As cartas que nunca chegaram, resolvem aparecer no correio onde não há nenhuma casa, as palavras nunca ditas antes, hoje soam um canto gregoriano sob um nascer do sol que ainda é escondido pelas montanhas, as promessas não cumpridas são agora pronunciadas com um tom de verdade que é abafado pela realidade, os sonhos não realizados, ganham novos personagens e paisagens que logo são trocados por pesadelos...
A dúvida, ela é o que permanece de mais certo que possuímos, nos deixa então confusos. Lidar com o que conhecemos é mais facil... saber o que esperar, quando esperar e também quando não esperar nada.
Mas quando fogem desses padrões ao qual deixamos nos acostumar e nos apegar para nos proteger de tudo que não seja aquele velho hábito, nos faz perder o sono, nos faz criar novamente aquela velha esperança que juramos nao voltar a ter jamais.
Então, nos deixamos novamente envolver no embalo da dança. Porém não somos mais quem a conduzimos. Somos guiados, sabemos apenas que estamos nos movimentando, mas nem pra onde ou o porque. Tentamos abrir os olhos, mas o salão está escuro.
Desconfiança é o que aparece então. Mas não conseguimos dar força para que ela se rebele e consigamos escapar, porque no fundo ainda queremos continuar na dúvida, na esperança e no escuro. Porque finalmente as cartas estão chegando... as palavras estão sendo ditas, as promessas cumpridas e os sonhos parecem quererem se tornar realidade!
Mas, até quando?
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Túnel
Todos sabemos o quanto é exaustivo trilhar o túnel da vida. É decepcionante e até mesmo tedioso quando parece que já estivemos ali antes e que não foi gratificante o quanto desejávamos que tivesse sido...
As vezes é como se chegássemos ao fim do túnel, com luz ou sem luz, o fato é que percebemos que o túnel acabou.
Quando apenas estamos atravessando, a cada novidade, desgostos, erros, tropeções - ou até mesmo momentos memoráveis, porque não!? - o que mais nos perguntamos é: "o que vem agora?" ... Mas quando chegamos ao fim, essa pergunta se transforma numa outra que soa sombria, sem vida, duvidosa, deprimente até. Nos perguntamos: "como continuar agora?". Porque ficamos sem rumo, sem espaço, sem aquele Norte para localizarmos e seguir em frente. Ficamos com medo de ter sido o máximo que conseguiríamos, e que aquele é realmente o fim de tudo.
Mas se pararmos pra analizar toda a caminhada até o momento, tudo o que construímos ou destruímos, veremos que sobrou uma peça, uma peça que não tem importância, que não fez falta... que não iremos dar valor. Mas é sempre com esta peça que construiremos o novo caminho a trilhar. Porque nos preocupamos muito em achar "a luz no final do túnel", - pensamos que trilhamos apenas um em toda nossa vida, mas se fosse assim, eu acreditaria no destino, que não podemos mudar o que já foi dado a nós lá no ínicio - mas como eu não acredito na pré-determinação... é em construir os novos túneis que temos que nos focarmos, construi-los com que já temos ou sobrou do anterior e com o que queremos que o novo se torne. E quando tivermos ele pronto, poderemos voltar à velha e nostálgica pergunta que nos faz querer continuar, que nos move; a clichê: "o que vem agora?"
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