domingo, 18 de abril de 2010

Colecionador de Memórias

Não me lembro de nada antes dos meus cinco anos de idade, até acho que me lembro, mas não são minhas tais memórias, são de pessoas que conviveram comigo e que sempre me contaram. Acabei tomando como minhas.
Não sei o motivo deste texto, talves nem exista ou talves eu descubra num outro tempo, mas também fica para a memória.

O fato é que hoje ainda possuo a dádiva de poder me lembrar quase tudo que vivencio. Amanhã eu já não sei se conseguirei, mas enquanto me for possível tal proeza, guardarei elas e as manterei protegidas, porém, de fácil acesso para quando me for preciso relembrá-las.

Podemos dividir as memórias em dois atos antagônicos: o da Felicidade e o da Infelicidade...
Onde nenhuma Felicidade por nenhum motivo dura para sempre, são momentos ao qual passamos que desejamos que dure para sempre no instante que passa, mas em contrapartida, inconscientemente queremos que passe, porque queremos compartilhar a "informação" vivenciada com quem temos confiança e amizade. É esse o papel e o final de toda felicidade: armazenar cada detalhe na mente para poder contar mais tarde e ficar em várias memórias.
Não obstante, também possuímos também memórias que nos arremetem à Infelicidade. Essas queremos esquecer ou então guarda-las apenas conosco. mas até para essas lembranças, há uma contrapartida, - ahh, sempre há - porque é dividindo essas memórias com os que temos apreço, é relembrando-as que ficamos aptos para seguir em frente, é compartilhando-as que acumulamos experiências e aprendemos como agir diante de novos osbtáculos.

Mas... o que fazer com tais memórias?
Taí, uma pergunta inútil, quase sem resposta ou com uma resposta muito óbvia se preferirem: muitas coisas ou talvez coisa nenhuma...
... De uma coisa tenho certeza, o que não dá é viver sem tê-las.

3 comentários:

  1. Memórias, lembranças... São tantas e tantas. Inúmeras, eu diria. Várias ficam escondidas, com vergonha de mostrar o rosto.
    As felizes, na maioria das vezes, vêm até nós saltitantes, mostrando como podem nos fazer bem. Viver uma vida só de lembranças felizes, contudo, nos torna vazios. A Infelicidade é necessária para completar os espaços dentro de nós.

    Imagino a nossa alma como uma casa. Infelicidades são os móveis, grandes e espaçosos. Sempre acabamos esbarrando com eles, machucando alguma parte do corpo, por mais que conheçamos o lugar deles. Eles ocupam muito espaço e nos ferem, mas são necessários para colocar as Felicidades em cima, como decorativos. Vasos frágeis e raros, castiçais comuns, ursinhos de pelúcia presenteados pelo amor. Caso deixemos apenas os móveis na casa, ela ficará triste, pesada. Deixando apenas as decorações, a casa ficará bagunçada, sobrando muito espaço. É necessário saber arrumar tudo de forma harmoniosa. Unir os dois.

    [E, pra variar, me perdi aqui.]

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  2. Ah filho, você parece melancólico com esse texto. Mas sua idéia é um bom ponto inicial pra uma discussão.
    Não existe felicidade duradoura, só fragmentos, mas isso você já deve imaginar. A gente guarda memórias de fatos mais marcantes em nossa vida, sejam bons ou maus. Embora tenhamos uma tendência a guardar as piores memórias mais avidamente. Eu até concordo em parte. As minhas boas memórias são guardadas aos montes, mas nenhuma é aproveitada como algo que me faça sorrir ao lembrar, o que é o total oposto com as memórias ruins.
    Mas isso é um assunto muito vasto, seu texto ficou legal em abordar um tema que eu gosto tanto.

    tchau ae rs

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  3. Post perfeito *_*
    Amei o tema e a visão sobre ele ^.^

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